Entrevista com Edvaldo Vieira, Diretor de Operações da Amil – UnitedHealth Group
Conheça Edvaldo Vieira, Diretor de Operações da Amil, empresa parte do UnitedHealth Group Brasil, assim como o Americas Serviços Médicos e a Optum.
Falamos sobre a cultura da empresa, nossas estratégias focadas em Diversidade e Inclusão e sobre como ele usa o passado para inspirar o futuro.
1. Conte-nos um pouco sobre sua jornada no UnitedHealth Group.
Iniciei minha trajetória no UnitedHealth Group em junho de 2016, com a proposta de conduzir um trabalho transformador visando à excelência. Identifiquei-me muito com a missão de “Ajudar as pessoas a viver de forma mais saudável e contribuir para que o sistema de saúde funcione melhor para todos” e também com os valores desta empresa: Integridade, Compaixão, Relacionamentos, Inovação e Performance.
A jornada até aqui vem sendo construída com êxito, evoluímos como empresa e grupo de trabalho, apresentando melhores resultados ao longo desse período em diversos aspectos da gestão, tais como: financeiros, produtividade e satisfação do cliente. Estamos iniciando, agora, a nossa transformação digital.
No que diz respeito à minha carreira, venho tendo uma excelente evolução porque acredito contribuir em um ambiente onde compartilho meus conhecimentos e, ao mesmo tempo, aprendo. E enxergo também muitas oportunidades pela frente nesse cenário de expansão da empresa em âmbito global.
E acrescento ainda que, ao definirmos a nossa estratégia de inclusão e diversidade com o lançamento da INcluir, ampliamos ainda mais as oportunidades de desenvolvimento, integração e motivação.
2. Que figura histórica te inspirou mais e por quê?
Eu, na verdade, sempre fui inspirado pelos meus pais. Meu pai e minha mãe sempre foram os meus exemplos, cobrando responsabilidades, mas também me incentivando. Com 15 anos eu já trabalhava e, nessa fase de adolescência, meu pai faleceu. Minha mãe – negra, dona de casa e com quatro filhos para cuidar – não se deixou abater. Mesmo nessa situação, ela demonstrou tanta força, energia e superação que me inspirava todos os dias. Acredito que, quanto mais tivermos exemplos próximos de nossa realidade, melhor, porque é na prática que vemos os valores sendo vivenciados e seus exemplos em sua amplitude.
Martin Luther King é uma das figuras históricas que admiro, pela sua liderança precursora e maneira como atuou em uma questão conflitante. Mandela é outra inspiração, não só pela liderança, mas também pelo modo como mudou sua atitude e postura e, com isso, obteve resultados. Ao assumir a liderança de seu país, conduziu-o de maneira íntegra, sem tratar como vingança e, sim, com integração. E uma figura mais contemporânea, é Barack Obama, pela sua atuação como líder. Reúno nos três a mesma qualidade de protagonismo na liderança e por nunca se posicionarem como vítimas das situações que viveram.
3. De uma perspectiva de diversidade, o que diferencia a cultura do UnitedHealth Group?
Nós do UnitedHealth Group, temos uma linda missão, que me faz levantar todos os dias com um senso de propósito muito grande e que me enche de orgulho. Além disso, identifico-me com os valores da empresa e vivenciá-los no dia a dia é natural e muito fácil para mim, porque eu realmente acredito que são meus norteadores.
Quando incorporamos a isso tudo a Inclusão e Diversidade, tornamo-nos mais fortes e completos. Trabalhamos com saúde, portanto, refletir a sociedade na nossa empresa e acolher a todos – população interna e clientes, é nossa obrigação.
4. O que na cultura da nossa empresa mais te inspira quando olha para os próximos 5-10 anos?
O que me inspira é acreditar que a Inovação se destacará e, quando digo inovação, vejo não apenas a tecnologia aplicada à medicina, mas também, por meio dela, a oportunidade que teremos de liderar o mercado de saúde fazendo a diferença para os nossos clientes. Dessa forma, poderemos proporcionar a eles as experiências mais adequadas e o tratamento certo, no lugar certo e no momento adequado.
A tecnologia será, ainda, um meio para inovarmos em serviços, nas jornadas e experiências de nossos clientes. Teremos a possibilidade de encarar e transformar os diversos desafios inerentes ao setor de saúde.
5. Em suas próprias palavras, por que diversidade é importante no local de trabalho?
Entendo que a diversidade é importante porque reflete a sociedade na qual estamos inseridos. Como empresa líder, temos a oportunidade e, porque não dizer, a obrigação de propiciar condições para que todos se sintam pertencentes e seres humanos completos. E, acima de tudo, respeitando todas as diferenças. Aprecio ambientes em que a diversidade de ideias também esteja bastante presente, porque é nesse convívio que encontramos campo fértil para inovar, evoluir e crescer como pessoas e profissionais.
6. Qual conselho você daria a um profissional que esteja se candidatando para trabalhar no UnitedHealth Group?
Eu diria que ele tem que estar disposto a aprender e reaprender e a fazer a diferença na vida de nossos clientes, buscando entregar a eles a melhor experiência em serviço. Acreditar em nossa missão, identificar-se com os nossos valores e sentir-se orgulhoso por fazer a diferença na vida das pessoas.
E, ainda, ter vontade de mudar, transformar, liderar, acolher e ser acolhido, em um ambiente em que a mudança acontece todos os dias.
7. No Brasil, celebramos o Dia Nacional da Consciência Negra. Em homenagem à essa data criada para nos lembrar do histórico mundial de desigualdade étnica e racial, como você pessoalmente usa o passado para inspirar seu futuro?
Antes de tudo, devemos nos lembrar de que a abolição da escravatura aconteceu há apenas 130 anos, um fato muito recente para a nossa sociedade. Além disso, o Brasil foi o último país no mundo a assinar a lei de libertação dos escravos. Então, não podemos esquecer o nosso passado, pois, muito do que foi imposto a nós, negros, durante esse período em que estivemos privados de sermos parte de uma sociedade em condições de igualdade, ainda reflete em tempos atuais.
Buscamos a equidade, que é adaptar as oportunidades deixando-as justas. Pense em uma pessoa que tenha ficado por anos presa e, de repente, ela conquista a liberdade e, já como desafio, é colocada para correr 100 metros rasos nas Olimpíadas e, se não bastasse esse esforço sem preparo, ter de vencer.
Mas, olhando para o passado, também podemos enxergar várias histórias de superação, de líderes corajosos e protagonistas que desafiaram a situação em busca de algo melhor e igual, não somente para si, mas para todos. São essas histórias que me inspiram a nunca desistir, a fortalecer a minha crença de que apenas ‘Nós’ podemos definir nosso limite e o que somos capazes.
Acredito que não podemos resolver um problema se não aceitarmos que ele existe. No caso do Brasil, é preciso, primeiro, sim, aceitar que existem o racismo, o viés inconsciente e de que precisamos falar, conversar e criar ações afirmativas e estruturais. Saber também que não se trata de caridade e, sim, de fazer o que é justo. Respeitar a todos, dar oportunidade iguais e permitir que todos participem é a coisa certa a fazer.
E para você, pardo ou negro, acredite em você, prepare-se para quando a oportunidade chegar. Para cada comentário desagradável, cada situação em que você se sentir constrangido, cada brincadeirinha inconveniente, use-os como automotivação para a sua superação. Mostre do que você é capaz, não para os outros, mas para a pessoa mais importante: você. Acredite. Nós podemos, você pode…Seu limite é você quem determina… Juntos somos mais fortes!!!